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Ministro diz que Zema tem que lavar a boca antes de falar de Lula 58374d
Por ARTUR BÚRIGO / Folhapress
12 de junho de 2025, às 18h44
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BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Os ministros do governo Lula (PT) se revezaram nesta quinta-feira (12) em críticas direcionadas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em cerimônia no município de Mariana, na região central do estado.
O presidente, que discursou ao final do evento, não citou Zema, que é aliado de Jair Bolsonaro (PL) e tem concentrado nas últimas semanas os ataques ao governo federal.
O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, criticou uma entrevista recente de Zema em que o governador disse que o mérito do acordo de Mariana é do governo estadual, que fez o acerto para a tragédia de Brumadinho e teria servido de exemplo.
“Ele é muito ingrato. Deveria ir para a TV dizer ‘obrigado pelo que você está fazendo pelo povo de Minas Gerais. Quando ele for falar mentira do presidente Lula tem que lavar a boca com água sanitária e se recolher a sua insignificância'”, disse Macêdo.
Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, citou os R$ 25 bilhões a que Minas tem direito no acordo de reparação de Mariana para falar que o governador tem de trabalhar pelo povo mineiro.
“Se diminuir o tempo que o senhor gasta fazendo vídeo, falando bobagem e comendo fruta com casca, vai ter mais tempo pra cuidar do povo de minas”, disse Rui Costa.
Negociado desde o governo Bolsonaro, o acordo de reparação de Mariana foi assinado em outubro do ano ado pelos governos federal, de Minas, do Espírito Santo e representantes de outros Poderes.
Homologado no mês seguinte pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o acerto prevê R$ 100 bilhões pagos pelas empresas à União e aos governos estaduais para ações voltadas a municípios e pessoas afetados.
O chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, citou a poeta mineira Adélia Prado para criticar o governador.
“Tem governante de minas que não conhece seu povo, não conhece Adélio Prado”, em uma referência à entrevista de Zema em 2023 em uma rádio quando ganhou um livro de Adélio Prado e perguntou se a autora trabalhava na emissora.
Zema disse na quarta, em entrevista à rádio Itatiaia, que não iria às agendas de Lula no estado e que o governo federal se apropria do anúncio de investimentos que são captados pelo governo estadual.
“Primeiro, eu já tinha agendas pré-definidas, difíceis de mudar. Segundo, os eventos do presidente Lula em Minas têm sido eventos de torcida. Então, escolhem a dedo quem vai participar. E, se você não for daquele grupo, muito provavelmente você seria vaiado ali, como já deu para perceber em outras ocasiões”, disse o governador.
O evento em Mariana também serviu para um incentivo de Lula e os ministros à candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao governo de Minas no próximo ano. O presidente chegou a se dirigir a Pacheco como futuro governador, enquanto Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Márcio Macêdo também apoiaram seu nome.
“Se anime, Rodrigo, porque esse estado está doido para se libertar”, disse Macêdo.
Lula tem repetido publicamente que gostaria que Pacheco fosse o candidato apoiado por ele para a sucessão de Zema. O senador, porém, tem preferido aguardar para tomar sua decisão e, segundo interlocutores, não teria demonstrado até o momento empolgação para a disputa.