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‘Jovens não se escondem’, diz sacerdotisa sobre aumento de umbandistas e candomblecistas na região 3bp3f
No Censo 2022, número aumentou quase 14 vezes em relação à pesquisa de 2010 na RPT; devotos chegam a 8,4 mil
Por Gabriel Pitor
07 de junho de 2025, às 08h06
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Além do crescimento de evangélicos, o Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou nesta sexta-feira (6) que os umbandistas e os candomblecistas aumentaram quase 14 vezes em relação à pesquisa de 2010 na RPT (Região do Polo Têxtil). O número de devotos saltou de 603, há 15 anos, para 8.432.
A sacerdotisa Maria Cristina Vedovatto, de 61 anos, fundou em 2023 o terreiro Iansã Guerreira e Caboclo Potiguara, na Conserva, em Americana.
A mãe Cris, como é conhecida, contou ao LIBERAL que pratica a umbanda há 47 anos. Segundo ela, antigamente a falta de conhecimento e o preconceito “escondiam” as religiões com raízes africanas. Isso fazia com que os próprios fiéis respondessem aos recenseadores que eram católicos.
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“Faltava muito conhecimento. As pessoas avam na rua, viam uma placa, mas nunca entravam, nunca assistiam a um trabalho ou a um casamento, mas julgavam aquilo que não conhecia”, disse.

Para mãe Cris, a abertura de novos terreiros, a disseminação de que o preconceito é crime, além da compreensão do próprio IBGE e da imprensa abriram caminhos. Os jovens, que atualmente correspondem a cerca de 50% dos frequentadores do terreiro em Americana, também têm papel importante.
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“O jovem não tem espinho na língua, não tem medo. Os jovens de hoje não são como a gente há anos, que tínhamos medo e fomos criados repreendidos. Os jovens de hoje encaram, conversam e buscam. No próximo censo, o IBGE vai ver outra subida”, apontou.
Já o doutorando em Ciências da Religião pela PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), Caio Henrique Esponton, ressaltou que as novas gerações têm encontrado nas religiões com raízes africanas acolhida e receptividade.
“A maioria das pessoas se sentem menos julgadas moralmente em religiões de matriz africana. Muitos relatam que se sentiam constrangidos por serem divorciados ou assumirem a identidade LGBTQIA+ em comunidades religiosas tradicionais e encontram nas religiões de matriz africana uma acolhida sem julgamento ou pressão moral”, ponderou.
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