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1964: Golpe ou Solução? – Parte I 3v644p
No início da década de 1960, a disputa pela sucessão de Juscelino Kubitschek era intensa
Por Oswaldo Nogueira
08 de junho de 2025, às 08h54
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No início da década de 1960, a disputa pela sucessão de Juscelino Kubitschek era intensa. Impedido de concorrer à reeleição, deixaria o cargo em 31 de janeiro de 1961. Seu governo ficou marcado pela construção de Brasília, que integrou o território nacional, além da consolidação das indústrias de base e implantação de montadoras. Popular, Juscelino encerraria seu mandato promovendo o projeto JK-65.
Jânio Quadros vivia uma rápida ascensão: vereador em 1947, deputado estadual em 1950, prefeito de São Paulo em 1953 e governador em 1954. Contudo, era instável, solitário e com histórico de desequilíbrio emocional. Bebia com frequência e, durante campanhas, chegou a abandonar a candidatura mais de uma vez. Como governador, também ameaçou renunciar várias vezes.
Adhemar de Barros, ao deixar a prefeitura em 1958 para disputar o governo paulista, já almejava a presidência. Em 1960, o PSP oficializou sua candidatura, e a campanha cresceu. Em busca de apoio, Adhemar procurou Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. Mas, ao contrário de campanhas anteriores, o apoio comunista não veio: o PCB estava dividido.
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Em julho, Luís Carlos Prestes anunciou apoio à candidatura do marechal Teixeira Lott. Questionado sobre o apoio comunista, Lott respondeu: “Não tenho compromisso de espécie alguma com eles.”
A direita se empolgou com Jânio, e sua campanha foi apoiada por veículos como Tribuna da Imprensa, O Globo e O Estado de S. Paulo.
Nas eleições de outubro de 1960, Jânio Quadros venceu com 48% dos votos, seguido por Lott (28%) e Adhemar (23%). Adhemar ainda conseguiu eleger Auro de Moura Andrade ao Senado.
No entanto, a empolgação com Jânio começou a ruir logo após a posse. Seu ministério desagradou aliados e sua política externa causou surpresa: restabeleceu relações com Cuba e países socialistas. Com o agravamento da crise cubana, os Estados Unidos impam bloqueio econômico à ilha. A imprensa brasileira, antes aliada, ou a criticá-lo.
O Congresso convocou o Ministro da Justiça para prestar esclarecimentos. Em meio ao debate, Jânio apresentou sua carta-renúncia, surpreendendo até seus auxiliares mais próximos.
O vice-presidente, João Goulart, estava em viagem oficial à China, a convite de Jânio. Com isso, cabia ao presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, assumir interinamente. O País mergulhou em tensão. Tropas foram mobilizadas nas principais unidades militares.
Os chefes das Forças Armadas — Exército, Marinha e Aeronáutica — convocaram Mazzilli e deixaram claro: não aceitariam que Goulart assumisse a presidência.
Continua no próximo capítulo…
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Empresário e ex-vereador de Americana, escreve sobre temas do cotidiano com o objetivo de ser uma fonte de provocação e reflexão para os leitores; coluna quinzenal