Costuras da existência 225t2h
Por Gisela Breno
10 de junho de 2025, às 11h19
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Viver não tem receita.
É ousadia diária.
É arte que se aprende com o tempo — e mesmo assim, nunca se domina por completo.
Não se vive com manual, nem se ama com bula.
A vida é remendo: feito à mão, com linha torta e ponto incerto.
Tem dia que aperta, tem dia que arrebenta.
E a gente ali, costurando.
Com os fios da coragem, com os pedaços do que já fomos,
com as linhas de alegrias e de dores entrelaçadas.
Viver é invenção.
É abrir espaço no peito para o novo, mesmo quando ainda sangra o antigo.
É acolher a beleza do imperfeito.
É deixar que o choro molhe o tecido, e ainda assim seguir bordando esperança.
Quem busca garantias, perde o bordado mais bonito:
aquele que se revela justo quando tudo parecia desfiar.
Viver é um ato de fé nos retalhos.
É reconhecer que o que nos torna inteiros…
é justamente aquilo que nos foi faltando.
Professora, Gisela Breno é graduada em Biologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e fez mestrado em Educação no Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo). A professora lecionou por pelo menos 30 anos.